quarta-feira, 9 de novembro de 2011

Os gêneros textuais no ¡Arriba – PIBID!


 
O projeto ¡Arriba – PIBID!  tem como um de seus objetivos ensinar a Língua Espanhola se utilizando da teoria de gêneros textuais. Por isso, durante o segundo semestre de 2011, estudamos essa teoria tendo como principal referencial teórico as discussões de Luiz Antônio Marcuschi. A seguir, trazemos um resumo dos principais pontos analisados e discutidos sobre o texto Gêneros textuais no ensino de língua, publicado em Produção textual, análise de gêneros e compreensão (2008).
Primeiramente, pudemos constatar que Marcuschi aponta que a teoria dos gêneros textuais está sendo muito difundida atualmente; e esse fato acaba por gerar várias definições para o conceito de gêneros textuais. Uma das definições que destacamos é: “gêneros textuais são atividades discursivas socialmente estabilizadas que se prestam aos mais variados tipos de controle social e até mesmo ao exercício de poder.” Isso significa que os gêneros textuais se manifestam nas atividades discursivas dos seres humanos, por isso estudar gêneros é, entre outras coisas, estudar a língua em uso e as relações de poder estabelecidas nas interações comunicativas.
Além de explorar as relações de poder intrínsecas às atividades discursivas, nas aulas de língua materna ou língua estrangeira, o/a professor/a deverá abordar certos componentes presentes na maioria dos textos: quem produziu o texto, qual era seu objetivo, qual foi o contexto de produção, para que suporte tal texto foi elaborado, a que esfera discursiva esse texto pertence, para quem esse texto se dirige, qual é o tipo textual predominante... Abordando tais componentes, o/a professor/a oportunizará uma relação dos/as alunos/as diferenciada com a língua que estão aprendendo, de modo que eles/as possam refletir criticamente sobre a produção de gêneros (orais e escritos) na sociedade.
Uma das grandes dificuldades encontradas é poder diferenciar gênero textual de tipo textual e de suporte. A confusão entre tipo e gênero textual ocorre porque, durante muito tempo, acreditou-se que essas duas palavras eram sinônimas. Marcuschi, no entanto, esclarece que os tipos textuais se limitam a cinco (narrativo, argumentativo, descritivo, injuntivo e expositivo), auxiliam na construção dos gêneros textuais e são regidos “pela natureza linguística de sua composição (aspectos lexicais, sintáticos, tempos verbais, relações lógicas, estilo)”. Já os gêneros textuais são muitos (carta, artigo de revista, horóscopo, ensaio, conto, lenda, bilhete, cardápio de restaurante, bate-papo por computador, etc.) e são regidos pela função que desempenham na sociedade.  Já a principal dificuldade entre gênero e suporte é diferenciá-los. De uma forma simplista, podemos afirmar que o suporte é o local no qual o gênero textual se materializará, por exemplo, a revista serve de suporte para o artigo, assim como o jornal serve de suporte para a notícia jornalística. No entanto, há casos em que não é tão fácil diferenciar, como por exemplo, o e-mail, que pode variar, pois em determinados momentos pode ser um gênero textual, e em outros, pode funcionar como suporte para outros gêneros.
No que se refere ao ensino de Língua Estrangeira, deve-se também levar em consideração as particularidades presentes nas culturas, pois os gêneros textuais carregam em si traços culturais e, por isso, para um aprendizado efetivo, o conhecimento sobre o contexto cultural é essencial.

Por Graziela Borsato

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