terça-feira, 22 de maio de 2012

Bingo às avessas

        O Núcleo Estadual de Educação de Ponta Grossa em pareceria com a Universidade Estadual de Ponta Grossa (UEPG) realizou na última segunda-feira, dia 14 de maio, quatro minicursos com diferentes temáticas para auxiliar na formação de professores que atuam na rede pública de ensino com a Língua Espanhola e acadêmicos graduandos do curso de Licenciatura em Letras/Espanhol da mesma instituição. Um dos minicursos propostos foi apresentado pela professora Dra. Ione da Silva Jovino, professora da UEPG, com a temática “Ensino de espanhol e as africanidades”.
       A professora coordenadora do minicurso se apresentou a todos os participantes e destacou a participação do NUREGS na elaboração do evento. Para se ter acesso aos eventos que tenham envolvimento do NUREGS, verifica-se em nuregs.blogspot. Jovino iniciou seu trabalho sobre a temática indagando os professores e acadêmicos presentes com a seguinte pergunta: “O que os africanos e africanas que foram escravizados/as no Brasil trouxeram consigo?”  Pergunta que seria discutida mais a fundo no desenrolar do evento.
           Bingo às avessas foi o recurso utilizado pela professora da universidade para fazer um levantamento junto aos participantes do minicurso sobre reconhecer algumas personalidades afrodescendentes que tiveram e têm sua importância no mundo de hoje. Descrições lidas pela professora e nomes apontados sistematicamente nos números correspondentes. Ao fim da apresentação e revelação da professora sobre os grandes nomes das celebridades usadas, entre elas: poetas, deputados, escritores negros, etc. Cada pessoa presente na sala se apresentou e comentou o porquê de toda essa dinâmica com grandes nomes de personalidades afrodescendentes. Vale ressaltar que, na fala de todos, enfatizou-se o despreparo dos professores em conhecimento sobre a temática das Africanidades, termo utilizado de acordo com Petronilha (2005), e que não nos damos contas de fatos e acontecimentos que vivenciamos todos os dias.
          Eis o ponto chave para o despertar  para a temática iniciado com a provocação da Prof. Dra. Ione. Como profissionais da educação, devemos ter em mente que não conhecemos tudo e não falamos espontaneamente todas as respostas aos alunos como se fosse um dom, porém cabe a cada professor em sala de aula se empenhar em seu papel com responsabilidade e propriedade em ensinar. Como ressalta a professora Ione, “ensinar de acordo com fontes genuínas sobre a temática”.
      Para responder a primeira pergunta elaborada por Jovino, foi necessário que cada pessoa escrevesse em um papel aquilo que acreditava ser influência africana no Brasil. Na arca das heranças deixadas para nós, foi destacado pelos professores: a capoeira, a feijoada, condimentos, religião, colares, instrumentos, cantigas de rodas, entre outros.  Em seguida, houve a discussão dos itens postos na arca. 

Foto: Renan Fagundes

       Nota-se a preocupação da professora ministrante do minicurso sobre a necessidade de se verificar como se está trabalhando com a temática das africanidades, como é previsto na Lei 10639/03, para que o professor não se perca no meio do caminho e acabe caindo nos principais estereótipos sobre os negros por falta de conhecimento.
       Qual é a verddeira intenção de uma formação de docentes? Aprener com a experiência alheia e dividir com nossos colegas de trabalho os nossos questionamentos, para assim haver um avanço no conhecimento de todos aqueles que desejam ver a educação mais crítica e responsável.
Por Renan Fagundes

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